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Descubra o que é ser Co dependente

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Imagine viver em um relacionamento onde o seu bem-estar emocional depende quase que exclusivamente do estado emocional da outra pessoa. Cada sorriso ou lágrima dela afeta diretamente seu humor, suas ações e até mesmo suas decisões de vida. Esse é o mundo de uma pessoa codependente.

Descubra o que é ser Co dependente

Viver assim pode ser exaustivo e desafiador. Pode parecer que estamos constantemente em uma montanha-russa emocional, onde nossas emoções estão intimamente ligadas às ações e sentimentos de outra pessoa. Se ela está feliz, nos sentimos aliviados e contentes; se está triste ou em apuros, nos afundamos em preocupações e ansiedade.Blog da Psicóloga Daniela Carneiro

Neste texto, vamos explorar mais profundamente o que significa ser codependente, como identificar sinais dessa condição em nossas vidas e, mais importante, como podemos trabalhar para desenvolver relacionamentos mais saudáveis e equilibrados. Acompanhe-nos nessa jornada de autoconhecimento e transformação.

Co Dependente

Entendendo a Codependência: Um Desafio de Amor e Sofrimento

É difícil compreender como algumas pessoas conseguem suportar, de maneira quase heroica, comportamentos problemáticos ou até atitudes sociopáticas de seus parceiros. Parece que essas pessoas assumem um destino inevitável, um “carma” do qual não podem escapar.

Muitas vezes, não entendemos por que essas pessoas renunciam à própria felicidade ou à possibilidade de diminuir o sofrimento, permanecendo ao lado de alguém problemático. Elas suportam toda a tirania e anormalidade como se esse fosse o único papel que o destino lhes reservou.

As Dificuldades Existenciais dos Codependentes

Profissionais experientes na área da psiquiatria conhecem bem as dificuldades existenciais enfrentadas pelos codependentes, aquelas pessoas que se tornam “dependentes” dos companheiros problemáticos. Quando o dependente supera o vício, os codependentes podem se sentir perdidos, como se tivessem ficado órfãos de repente, sem propósito na vida. Muitas vezes, eles acabam desenvolvendo problemas semelhantes aos dos antigos dependentes que cuidavam. Hoje também se aplica a casos de alcoolismo, jogo patológico e outros problemas sérios de personalidade. A codependência é um transtorno emocional conceituado nas décadas de 70 e 80, inicialmente relacionado aos familiares de dependentes químicos.

Quem são os Codependentes?

Cônjuges, parceiros ou familiares próximos, figuras que, muitas vezes, se veem imersas em um ciclo de devoção abnegada a um ente querido que enfrenta problemas. Essa obsessão por cuidar se torna o centro de suas vidas, definindo seu senso de propósito e valor.

Imagine alguém que se dedica tanto a ajudar outra pessoa que acaba esquecendo de si mesmo. Essa é a realidade da codependência, um padrão de relacionamento prejudicial que atinge muitas pessoas, principalmente familiares e parceiros de pessoas com vícios ou problemas comportamentais.

Nesse tipo de relação:

  • A pessoa codependente foca em ajudar e cuidar do outro, mesmo que isso signifique negar suas próprias necessidades e desejos.
  • Ela sente que só tem valor quando está ajudando e se culpa por cuidar de si mesma.
  • Essa situação pode levar a problemas de autoestima, sofrimento e frustração para ambos.

Entender e reconhecer esses padrões é o primeiro passo para buscar uma vida mais saudável e equilibrada. Se você ou alguém que você conhece está vivendo essa realidade, saiba que há ajuda e que é possível recuperar a própria identidade e bem-estar.

O Co-dependente é Atado na pessoa problema

Uma expressão que representa bem a maneira como o co-dependente adere à pessoa problemática é atadura emocional. Dizemos que existe atadura emocional quando uma pessoa se encontra atrelada emocionalmente a coisas negativas ou patológicas de alguém que o rodeia; seja esposo, filho, parente, companheiro de trabalho, etc. Devida a essas amarras emocionais o co-dependente passa a ser quase um outro dependente (d pessoa problemática).

A co-dependência se manifesta de duas maneiras:

A codependência vai além de apenas ajudar alguém. É quando essa ajuda se torna uma obsessão, controlando a vida da outra pessoa em detalhes, desde o que ela veste e come até quando toma banho. Essa atitude, no entanto, não leva à solução, mas sim ao agravamento dos problemas.

O codependente se sente necessário para salvar ou consertar a outra pessoa, mesmo que isso signifique negar suas próprias necessidades e desejos. Ele se culpa por tudo e acredita que, sem sua ajuda, a outra pessoa estará perdida.

Mas essa visão é distorcida. O codependente não é responsável pelos problemas do outro, e sua obsessão em ajudar, na verdade, impede que a pessoa problemática assuma a responsabilidade por sua vida.

É como um ciclo vicioso:

  • O codependente controla e cuida, perpetuando a dependência da outra pessoa.
  • A pessoa problemática se sente incapaz de cuidar de si mesma, e não busca ajuda por se sentir vitimizada.

Sair dessa armadilha é difícil, mas possível. É preciso que o codependente reconheça sua própria dependência e busque ajuda profissional para se libertar desse padrão prejudicial.

Sintomas da Co-dependência

A codependência é como um amor exagerado que te prende a outra pessoa, mesmo que ela esteja com problemas. É como se você vivesse em função dela, esquecendo de si mesmo e das suas próprias necessidades.

Veja alguns sinais de que você pode estar em um relacionamento codependente:

  • Preocupação excessiva: Você se preocupa demais com a outra pessoa, mesmo que ela não peça ajuda.
  • Controle: Você tenta controlar a vida da outra pessoa, o que ela faz, com quem ela fala, etc.
  • Negação: Você nega os problemas da outra pessoa ou finge que eles não são tão graves quanto realmente são.
  • Culpa: Você se sente culpado quando tenta cuidar de si mesmo ou fazer algo que te deixa feliz.
  • Baixa autoestima: Você se sente inferior e acha que só tem valor quando está ajudando a outra pessoa.
  • Isolamento: Você se isola de outras pessoas para poder cuidar da outra pessoa.
  • Dificuldade em se divertir: Você acha difícil se divertir ou relaxar porque está sempre pensando nos problemas da outra pessoa.

Se você se identificou com alguns desses sinais, é importante buscar ajuda. Um psicólogo ou terapeuta pode te ajudar a entender a codependência e se libertar desse ciclo prejudicial.

A co dependência também se associa com a dependência emocional, veja o vídeo:

Dependência emocional nos relacionamentos

A co-dependência se caracteriza por uma série de sintomas e atitudes mais ou menos teatrais, e cheias de Mecanismos de Defesa, tais como:

  1. Dificuldade para estabelecer e manter relações íntimas sadias e normais, sem que grude muito ou dependa muito do outro.
  2. Congelamento emocional. Mesmo diante dos absurdos cometidos pela pessoa problemática o co-dependente mantém-se com a serenidade própria dos mártires.
  3. Perfeccionismo. Da boca para fora, ou seja, ele professa um perfeccionismo que, na realidade ele queria que a pessoa problemática tivesse.
  4. Necessidade obsessiva de controlar a conduta de outros. Palpites, recomendações, preocupações, gentilezas quase exageradas fazem com que o co-dependente esteja sempre super solícito com quase todos (assim ele justificaria que sua solicitude não é apenas com a pessoa problemática).
  5. Condutas pseudo-compulsivas. Se o co-dependente paga as dívidas da pessoa problemática ele “nunca sabe bem porque fez isso”, diz que não consegue se controlar.
  6. Sentir-se responsável pelas condutas de outros. Na realidade ele se sente mesmo responsável pela conduta da pessoa problemática, mas para que isso não motive críticas, ele aparenta ser responsável também pela conduta dos outros.
  7. Profundos sentimentos de incapacidade. Nunca tudo aquilo que fez ou está fazendo pela pessoa problemática parece ser satisfatório.
  8. Constante sentimento de vergonha, como se a conduta extremamente inadequada da pessoa problemática fosse, de fato, sua.
  9. Baixa autoestima.
  10. Dependência da aprovação externa, até por uma questão da própria autoestima.
  11. Dores de cabeça e das costas crônicas que aparecem como somatização da ansiedade.
  12. Gastrite e diarréia crônicas, como envolvimento psicossomático da angústia e conflito.
  13. Depressão. Resultado final

Parece um nobre empenho ajudar a outras pessoas que se estão se autodestruindo, como no caso dos alcoolistas ou dependentes químicos, do jogo ou do sexo compulsivos. Entretanto, se quem ajuda se esquece de si mesmo, se entrega à vida da outra pessoa problemática, então estamos diante da Co-dependência. A dor na co-dependência é maior que o amor que se recebe e se uma relação humana resulta prejudicial para a saúde física, moral ou espiritual, ela deve ser desencorajada.

Na realidade a co-dependência é uma espécie de falso-amor, uma vez que parece ser destrutivo, tendo em vista que pode agravar o problema em questão, seja a dependência química, alcoolismo, transtornos de personalidade, etc.

Todo amor que não produz paz, mas sim angústia ou culpa, está contaminado de co-dependência, é um amor patológico, obsessivo é bastante destrutivo. Ao não produzir paz interior nem crescimento espiritual, a co-dependência cria amargura, angústia e culpa, obviamente, ela não leva à felicidade. Então, vendo desse jeito, a co-dependência aparenta ser amor, mas é egoísmo, medo da perda de controle, da perda da relação em si.

Disfunção Familiar

Na família da pessoa problemática as relações familiares e a comunicação interpessoal vão se tornando cada vez mais complicadas. A comunicação se faz mais confusa e indireta, de modo que é mais fácil encobrir e justificar a conduta do dependente do que discuti-la.

Esta dificuldade (disfunção) vai se convertendo em estilo de vida familiar e produzindo, em muitos casos, o isolamento da família dos contatos sociais cotidianos. As regras familiares se tornam confusas, rígidas e injustas para seus membros, de forma que os deveres passam a ser distorcidos, com algum prejuízo das pessoas que não têm problemas e privilégios da pessoa problemática.

Como se vê, a conduta co-dependente é uma resposta doentia ao comportamento da pessoa problemática, e se converte em um fator chave na evolução da dependência, isto é, a co-dependência promove o agravamento da situação da pessoa problemática, processo chamado de facilitação.

Mas, os co-dependentes não se dão conta de que estão facilitando o agravamento do problema, em parte pela negação e em parte porque estão convencidos de que sua conduta esta justificada, uma vez que estão “ajudando” o dependente a não se deteriorar ainda mais e que a família não se desintegre.

Costuma ser mais frequente do que se pensa, as pessoas co-dependentes buscarem ajuda médica, porém, sem que tenham crítica de tratar-se de co-dependência. Antes disso, essas pessoas se queixam de depressão ou simplesmente de estresse.

Os profissionais de saúde que trabalham na área de dependências, correm sempre o risco de desenvolver co-dependência como resultado da exposição crônica à dependência dos pacientes.

As manifestações dessa co-dependência profissional são muito variadas, podendo dizer respeito à assumir franca e pesada responsabilidade pelo dependente, protege-lo das conseqüências de suas decisões, e dar-lhe sermões repetitivos, enfim, assumir atitudes que ultrapassam as funções do profissional.

Quando acontece a co-dependência em profissionais da área (médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, pessoal da enfermagem), normalmente não há uma crítica imediata da situação, senão a sensação de que todas as atitudes objetivam genuinamente ajudar o paciente. Entretanto, a co-dependência está longe de ajudar, sendo mais provável um agravamento da dependência ou uma facilitação.

O impacto que a família sofre com o uso de drogas por um de seus membros é correspondente as reações que vão ocorrendo com o sujeito que a utiliza. Este impacto pode ser descrito através de quatro estágios pelos quais a família progressivamente passa sob a influência das drogas e álcool:

1. Na primeira etapa, é preponderantemente o Mecanismo de Negação. Ocorre tensão e desentendimento e as pessoas deixam de falar sobre o que realmente pensam e sentem.

2. Em um segundo momento, a família demonstra muita preocupação com essa questão, tentando controlar o uso da droga, bem como as suas consequências físicas, emocionais, no campo do trabalho e no convívio social. Mentiras e cumplicidades relativas ao uso abusivo de álcool e drogas instauram um clima de segredo familiar. A regra é não falar do assunto, mantendo a ilusão de que as drogas e álcool não estão causando problemas na família.

3. Na terceira fase, a desorganização da família é enorme. Seus membros assumem papéis rígidos e previsíveis, servindo de facilitadores. As famílias assumem responsabilidades de atos que não são seus, e assim o dependente químico perde a oportunidade de perceber as consequências do abuso de álcool e drogas.

É comum ocorrer uma inversão de papéis e funções, como por exemplo, a esposa que passa a assumir todas as responsabilidades de casa em decorrência o alcoolismo do marido, ou a filha mais velha que passa a cuidar dos irmãos em consequência do uso de drogas da mãe.

4. O quarto estágio é caracterizado pela exaustão emocional, podendo surgir graves distúrbios de comportamento e de saúde em todos os membros. A situação fica insustentável, levando ao afastamento entre os membros gerando desestruturação familiar.

Recuperação da Co-dependência

A co-dependência também pode ser agravante e desencadeante de depressão, suicídio, doenças psicossomáticas, e outros transtornos. Os grupos de ajuda para familiares de dependentes (químicos e alcoólicos) visam, principalmente, reverter este quadro, orientando os familiares a adotarem comportamentos mais saudáveis. Os profissionais acham que o primeiro passo em direção a esta mudança é tomar consciência e aceitar o problema.

tratamento da co-dependência pode consistir de psicoterapia, grupos de auto ajuda, terapia familiar e em alguns casos, antidepressivos e ansiolíticos. Os grupos de auto ajuda para familiares de dependentes, tais como, Alanom e Codependentes Anônimos são de grande utilidade no processo de recuperação familiar da co-dependência.

Codependentes Anônimos

Nos mesmos moldes dos Alcoólicos Anônimos, Co-dependentes Anônimos são grupos de ajuda com metodologia de relato em grupo e do estímulo para observância de algumas recomendações disciplinares e de alguns passos importantes. As chamadas Doze Tradições dos Co-dependentes Anônimos foram adaptados das 12 Tradições de Alcoólicos Anônimos. Veja:

  1. Nosso bem-estar comum deve estar sempre em primeiro lugar; a recuperação pessoal depende da unidade de Co-dependentes Anônimos.
  2. Somente uma autoridade preside, em última análise, ao nosso propósito comum – um Poder Superior amantíssimo que Se manifesta em nossa consciência coletiva. Nossos líderes são apenas servidores de confiança; não têm poderes para governar.
  3. O único requisito para ser membro da unidade de Co-dependentes Anônimos é ter um sincero desejo para relacionamentos saudáveis e amorosos.
  4. Cada Grupo deve ser autônomo, salvo em assuntos que afetam outros Grupos, ou Co-dependentes Anônimos como um todo.
  5. Cada Grupo tem um único propósito primordial – levar sua mensagem ao Co-dependente que ainda sofre.
  6. Um Grupo de Co-dependentes Anônimos nunca deverá jamais endossar, financiar ou emprestar o nome de Co-dependentes Anônimos a qualquer sociedade parecida ou empreendimento alheio à irmandade, para que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não nos desviem de nosso propósito espiritual.
  7. Cada Grupo deverá ser totalmente auto-sustentável, recusando assim contribuições de fora.
  8. Co-dependentes Anônimos deverá permanecer sempre não profissional, embora nossos centros de serviços possam empregar trabalhadores especializados
  9. Co-dependentes Anônimos, jamais deverá organizar-se como tal; podemos, porém, criar juntas ou comitês de serviço diretamente responsáveis perante aqueles a quem prestam serviços.
  10. Co-dependentes Anônimos não opinam sobre questões alheia à Irmandade, portanto, o nome de Co-dependentes Anônimos, jamais deverá aparecer em controvérsias públicas.
  11. Nossas relações com o público baseiam-se na atração em vez da promoção; cabe-nos sempre preservar o anonimato pessoal em nível de imprensa, rádio e filmes.
  12. O anonimato é a base espiritual de todas as nossas Tradições, lembrando-nos sempre da necessidade de colocar os princípios acima das personalidades.

Vejamos agora os Doze Passos de Co-dependentes Anônimos, também adaptados dos 12 Passos de Alcoólicos Anônimos

  1. Admitimos que éramos impotentes perante os outros – que nossas vidas haviam se tornado incontroláveis.
  2. Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós, poderia nos devolver a sanidade.
  3. Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidado de Deus como nós O concebíamos.
  4. Fizemos um destemido e minucioso inventário moral de nós mesmos.
  5. Admitimos perante a Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.
  6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.
  7. Humildemente rogamos a Deus para que nos livrasse de nossas imperfeições.
  8. Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.
  9. Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, exceto quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
  10. Continuamos fazendo o inventário pessoal, e quando nós estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.
  11. Procuramos através da prece e da meditação melhorar nosso contato consciente com Deus como nós O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós e força para realizar essa vontade.
  12. Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes Passos, procuramos levar esta mensagem para outros co-dependentes e praticar estes princípios em todos as nossas atividades.

A terapia de casal pode ajudar as pessoas que sentem dificuldades na comunicação e quando desgaste da relação passou de todos os limites. Neste caso a dependência emocional pode ser identificada como uma posição diante do outro, transitando de um lugar de submissão e autoritarismo. Nem sempre o parceiro ou a parceira é culpado por essa situação.

Ambos podem estarem reféns de suas próprias inseguranças.

Ballone GJ – Co-dependência – in. PsiqWeb

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