Supere o Estresse: Entenda o que é e como lidar com essas Emoções
Entender e gerenciar o estresse começa por reconhecer as emoções e sentimentos que ele provoca. O Brasil, marcado por altos índices de estresse, ocupa a segunda posição no ranking mundial de países mais estressados. De acordo com um estudo recente, o trabalho é o principal fator de estresse para 69% dos brasileiros entrevistados.
A realidade do estresse no ambiente de trabalho é alarmante: nove em cada dez trabalhadores brasileiros enfrentam sintomas de ansiedade, que variam de leves a severamente incapacitantes. Além disso, quase metade (47%) dos trabalhadores sofre de depressão em algum nível, sendo que em 14% dos casos essa condição é recorrente. Esses dados foram revelados pela última pesquisa realizada pela Isma-BR, a filial brasileira da International Stress Management Association, uma organização não lucrativa que se dedica a estudar e combater o estresse.
Diversos estudos associam os transtornos mentais a uma série de causas, sendo o excesso de estímulos um dos principais fatores. Na era atual, marcada pela hiperconexão, somos bombardeados por um fluxo constante de informações através de mensagens instantâneas, e-mails, lembretes de compromissos, notícias em tempo real e inúmeros aplicativos. “A tecnologia nos proporcionou maior controle sobre nossas vidas, mas isso resultou em uma carga mental maior”, explica Carla Tieppo, neurocientista e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Estamos constantemente sendo lembrados de tarefas não concluídas, chamadas não retornadas e e-mails não respondidos. A incapacidade de gerenciar essa sobrecarga pode nos levar ao estresse e a transtornos de ansiedade e humor.
Embora a vida pessoal também seja considerada um fator de risco, uma pesquisa global com 16.000 pessoas pela Regus, especializada em escritórios flexíveis, indica que apenas um em cada cinco indivíduos considera a família e vizinhos como fontes de preocupação.
Quando não gerenciado adequadamente, o alto nível de estresse pode se tornar crônico e causar problemas graves como obesidade, insônia, hipertensão, dor crônica e enfraquecimento do sistema imunológico. De fato, estudos mostram que o estresse tem um papel significativo no desenvolvimento de doenças graves como problemas cardíacos, depressão e transtornos de ansiedade.
Apesar das constantes recomendações da mídia sobre como eliminar rapidamente o estresse, apenas 17% dos americanos com altos níveis de estresse afirmam que estão gerenciando bem essa condição.
Então, por que a gestão do estresse ainda é tão ineficaz? Porque muitas vezes não abordamos o problema corretamente. Usamos o termo “estresse” para descrever um sentimento generalizado de sobrecarga, mas para realmente enfrentar o problema, precisamos ser mais específicos e reconhecer que se trata de emoções perturbadoras.
O estresse pode ser impulsionado pelo medo ou pela raiva, e as soluções para cada um são diferentes. Os problemas relacionados ao estresse geralmente se originam de emoções que são ignoradas, negadas, mal compreendidas, suprimidas ou mal geridas. Quando essas emoções perturbadoras não são adequadamente atendidas, elas se tornam a raiz de muitos problemas comuns, incluindo compulsão alimentar, conflitos de relacionamento, má gestão financeira, abuso de substâncias e até mesmo problemas de saúde física.
Porém, ao aprender a gerenciar essas emoções, você pode resolver seus problemas e reduzir seu estresse. Assim, você pode promover uma mudança positiva em todos os aspectos da sua vida através das escolhas diárias. Esta é a essência do que eu chamo de Viver com Sabedoria Mental.
Situações como levar trabalho para casa, falta de tempo para atividades relaxantes ou para a família, má alimentação, incapacidade de ver perspectivas, tensão no trânsito e medo da violência urbana são comuns para quem sofre de estresse. E muitas pessoas são afetadas por essa condição. O Brasil, por exemplo, é o segundo país mais estressado do mundo em um ranking de dez nações, segundo a International Stress Management Association (Isma – Brasil). À nossa frente, apenas os japoneses.
No Brasil, o trabalho é o maior causador de estresse para 69% dos entrevistados. As longas jornadas, a sobrecarga de tarefas e a tensão no ambiente de trabalho são fatores frequentes de desgaste. Ana Lúcia Nascimento, uma dona de casa de 57 anos, exemplifica essa situação. Ela se afastou da empresa onde trabalhou por três anos devido ao esgotamento. “Em teoria, meu turno começava às 17h e terminava às 23h45, mas como trabalhava em uma distribuidora de medicamentos, que dependia dos pedidos, às vezes começava às 5h”, relata. “A pressão dos chefes era constante. Eu chegava em casa e não conseguia dormir, ficava ansiosa e desenvolvi depressão” acrescentou.
O que é o Estresse?
O estresse é uma reação complexa do corpo e da mente a exigências externas ou internas. Renan Rocha, psicólogo e conselheiro do Conselho Regional de Psicologia da 3ª Região, explica que grande parte do estresse no ambiente de trabalho decorre da importância excessiva que atribuímos ao trabalho em nossas vidas. “Nós nos definimos pelo que fazemos profissionalmente, e isso faz parte de nossa identidade. No entanto, é fundamental entendermos o papel do trabalho em nossa existência e estarmos atentos aos sinais de desgaste”, salienta. Rocha enfatiza que o trabalho deve ocupar um espaço delimitado em nossas vidas: “Deve haver um momento para começar, desenvolver e concluir as atividades profissionais. É essencial que essas atividades sejam realizadas dentro desse período estabelecido e não invadam outros aspectos da vida pessoal”, aconselha.
A Relação Entre Estresse e Infarto
O estresse prolongado pode ter consequências severas para a saúde, incluindo o risco de infarto. Durante períodos de alta tensão, o corpo libera substâncias no sangue que podem alterar o ritmo cardíaco. “O estresse atua como um gatilho para problemas cardiovasculares”, adverte Nivaldo Filgueiras, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC-BA). Ele explica que pacientes com aterosclerose, uma condição caracterizada pelo acúmulo de gordura nas artérias, estão especialmente vulneráveis. “Essas pessoas podem desenvolver coágulos sanguíneos que, em situações de estresse agudo, podem desencadear um evento cardíaco grave ou mesmo um infarto”, alerta Filgueiras. É fundamental, portanto, gerenciar o estresse de maneira eficaz para prevenir tais consequências e promover uma saúde cardiovascular robusta.
Sintomas do Estresse ( Stress)
Sintomas do Estresse
Os médicos salientam que o estresse não é resultado de uma única causa; ele geralmente emerge dos excessos e das experiências negativas na vida de uma pessoa. Rosa Garcia, psiquiatra e conselheira do Conselho Regional de Medicina da Bahia, descreve o estresse em três categorias principais.
O primeiro tipo é o transtorno de adaptação, observado frequentemente em situações que envolvem mudanças significativas ou desafios contínuos em áreas como trabalho e vida familiar. Neste caso, a capacidade de adaptação do indivíduo é severamente afetada. O segundo tipo é o estresse agudo, geralmente desencadeado por um evento perturbador específico, como receber uma notícia desagradável. O terceiro, conhecido como estresse pós-traumático, varia significativamente entre indivíduos e está associado a eventos extremamente traumáticos, como acidentes ou assaltos.
De acordo com os especialistas, não basta apenas acompanhamento médico para resolver esses problemas de estresse. Eles recomendam desacelerar o ritmo da vida diária e dedicar tempo para atividades que promovam o bem-estar e a felicidade.
“É fundamental adotar novos hábitos, buscar uma regularidade no sono, manter uma alimentação equilibrada, reservar tempo para exercícios físicos e permitir-se momentos de lazer, que podem variar desde ler um livro até sair para tomar um sorvete”, sugere Renan Rocha. “Além disso, é importante cultivar relações afetivas saudáveis e estar próximo de pessoas que tenham um impacto positivo em nossa vida”, conclui.
Supere o estresse
Faça o que gosta Mesmo com atividades profissionais no dia a dia, reserve uma parte do seu tempo para se dedicar a algo que gosta. Vale qualquer coisa que te faça se sentir bem, de um filme a uma viagem.
Divida seu tempo: Otimize o seu tempo e divida entre trabalho, lazer e descanso. Tenha em mente que existe um tempo de início e de término das atividades
Durma bem! O sono é fundamental para manter as atividades vitais do corpo, logo, garanta as oito horas de sono.
Mova o corpo. Elimine as tensões com atividades físicas. Há várias opções que vão de caminhada à musculação. A atividade física deve ser feita com objetivo de proporcionar bem-estar a quem faz.
Coma bem Além das atividades físicas, manter a alimentação saudável proporciona bem-estar e reforça a imunidade.
Lazer é necessário: Reserve momentos para diversão, encontrar amigos, ouvir música, ler um livro ou mesmo caminhar na praia.
A Espiritualidade: Manter um lado espiritual ajuda a combater a ansiedade e o estresse, dedique seu tempo a atividades mais espiritualizadas que visem o autocuidado, como meditação e ioga.
O Trabalho: Os especialistas comumente afirmam que um bom trabalho é quando não se sente que está trabalhando. Por isso, dedique-se a atividades que realmente gosta e sinta prazer ao executá-las.
Desligue-se Ao deixar o trabalho, desligue-se completamente da empresa. Ao se distanciar das atividades, é possível relaxar. Vale, inclusive, evitar ver e-mails ou mensagens de grupos de trabalho.
Relacionamentos: Esteja cercado de relações positivas. Evite relacionamentos abusivos e destine um tempo para passar na companhia de familiares e amigos.
A melhor forma de acompanhar o bem-estar psíquico e emocional é preparar a companhia para tratar depressão, estresse e outros transtornos mentais como qualquer outra doença do corpo.
O Tratamento
A psicoterapia pode ser um caminho para o autoconhecimento das fragilidades e ajudar a lidar com as dificuldades vivenciadas no dia a dia. O Psicólogo é um profissional que oferece serviços clínicos para possibilitar este auxilio.
Fonte: American Psychological Association. (2013). Stress in America: The Missing Healthcare Connection. Washington DC
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