Pessoa refletindo sobre a importância de priorizar a si mesma
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Entenda por que colocar-se em primeiro lugar não é egoísmo

Escrito pela Psicóloga Daniela Carneiro

Muitas pessoas foram educadas a acreditar que pensar primeiro em si é egoísmo. Essa ideia atravessou gerações e gerou adultos que vivem sobrecarregados, tentando atender expectativas externas e deixando suas próprias necessidades em segundo plano. No entanto, colocar-se em primeiro lugar não significa ser indiferente ao outro. Pelo contrário, significa reconhecer que só é possível cuidar com qualidade quando existe equilíbrio interno.

O mito do egoísmo

Cuidar de si é frequentemente confundido com negligenciar o outro. Esse mito é perigoso porque mantém as pessoas presas em padrões de autos sacrifício que resultam em desgaste físico e emocional.

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Na psicologia, sabe-se que o excesso de responsabilidade pelo bem-estar alheio pode gerar ressentimento e adoecimento. Quando alguém se anula constantemente, a relação com os outros perde autenticidade e se transforma em obrigação.

Colocar-se em primeiro lugar, portanto, não é sinônimo de egoísmo, mas de saúde emocional.

O impacto de não priorizar a si mesmo

Quando alguém vive apenas para atender expectativas externas, surgem consequências visíveis:

  • Cansaço crônico: energia drenada por compromissos que não refletem valores pessoais.
  • Ansiedade: dificuldade em lidar com pressões sem espaço para descanso interno.
  • Baixa autoestima: sensação de não ter direito a expressar desejos ou limites.
  • Relacionamentos frágeis: vínculos baseados em obrigação, e não em escolha genuína.

Esse ciclo reforça a ideia de que nunca se é suficiente, mesmo quando há dedicação intensa.

Autocuidado como prioridade

O autocuidado vai além de práticas de bem-estar físico. Ele envolve reconhecer emoções, validar necessidades e permitir-se dizer não quando necessário.

Pequenas atitudes já podem transformar o cotidiano:

  • Estabelecer limites claros no trabalho e na vida pessoal.
  • Reservar tempo para hobbies e descanso.
  • Cultivar relacionamentos que oferecem apoio e reciprocidade.
  • Buscar ajuda profissional quando os sintomas emocionais se intensificam.

Essas escolhas não diminuem o cuidado com o outro, mas fortalecem a capacidade de estar presente com mais qualidade.

Psicologia e a centralidade do “eu”

Diversas abordagens da psicologia apontam para a importância de olhar para si.

  • Psicanálise: ressalta a necessidade de compreender desejos inconscientes para viver de forma mais autêntica.
  • Psicologia humanista: destaca o potencial de autorrealização e a busca de sentido pessoal.
  • Psicologia positiva: investiga como cultivar emoções positivas, propósito e relações saudáveis para florescer.

Em todas essas perspectivas, a mensagem central é clara: sem reconhecer o próprio valor, dificilmente se alcança equilíbrio emocional.

Colocar-se em primeiro lugar nos relacionamentos

Em relações amorosas ou familiares, colocar-se em primeiro lugar pode gerar resistência, especialmente quando há padrões de dependência emocional. É comum ouvir: “se você me amasse, faria isso por mim”. No entanto, esse tipo de discurso reforça desequilíbrios e desgasta o vínculo.

Relacionamentos saudáveis se constroem quando cada um assume a responsabilidade pelo próprio bem-estar. Isso não significa ausência de cuidado mútuo, mas sim presença consciente, na qual ambos têm liberdade de dizer sim ou não.

O papel da assertividade

A assertividade é uma ferramenta essencial nesse processo. Ser assertivo é expressar necessidades e opiniões de forma clara, sem agressividade e sem submissão. Isso evita acumular frustrações e estabelece limites saudáveis.

Exemplos sutis de assertividade incluem:

  • “Hoje não consigo ajudar, mas posso me organizar para outro momento.”
  • “Entendo seu ponto de vista, mas penso de forma diferente.”
  • “Preciso de um tempo para mim antes de decidir sobre isso.”

Essas frases mostram que é possível cuidar de si sem invalidar o outro.

Quando a terapia ajuda nesse processo

Muitas pessoas sentem culpa ao priorizar a si mesmas. A terapia é um espaço para trabalhar essas crenças, explorar padrões de comportamento e aprender novas formas de se relacionar.

O psicólogo ajuda o paciente a reconhecer como a história de vida e as expectativas sociais moldaram sua forma de agir. A partir dessa compreensão, torna-se possível construir escolhas mais conscientes e alinhadas ao próprio bem-estar.

Benefícios de se colocar em primeiro lugar

Adotar essa postura traz impactos positivos em diferentes áreas da vida:

  • Saúde mental mais equilibrada: redução da ansiedade e da sensação de esgotamento.
  • Relações mais saudáveis: vínculos baseados em autenticidade e não em obrigação.
  • Maior autoconfiança: sensação de ter direito a existir e a ocupar espaço.
  • Clareza de escolhas: decisões mais alinhadas a valores pessoais.

Esses benefícios mostram que colocar-se em primeiro lugar não afasta o outro, mas fortalece a capacidade de estar presente de forma genuína.


FAQ – Perguntas comuns sobre colocar-se em primeiro lugar

Colocar-se em primeiro lugar é egoísmo?
Não. É uma forma de autocuidado que fortalece os relacionamentos e a saúde mental.

Por que sinto culpa ao priorizar a mim mesmo?
Porque muitas pessoas foram educadas a acreditar que cuidar de si é errado. A terapia ajuda a ressignificar essa crença.

Como começar a me colocar em primeiro lugar?
Definindo limites, reservando tempo para si e aprendendo a dizer não quando necessário.

Isso pode prejudicar meus relacionamentos?
Pelo contrário. Relações se tornam mais saudáveis quando cada um assume sua responsabilidade pelo próprio bem-estar.

É possível aprender a ser mais assertivo?
Sim. A assertividade pode ser desenvolvida com treino, autoconhecimento e apoio psicológico.

Reflexões finais

Colocar-se em primeiro lugar é um ato de responsabilidade consigo mesmo. Não se trata de ignorar necessidades alheias, mas de reconhecer que o cuidado verdadeiro começa dentro de cada um. Somente quando há equilíbrio interno é possível oferecer presença, apoio e amor com autenticidade.

Essa escolha não tem idade, momento ou regra. Cada pessoa pode iniciar esse caminho agora, sem precisar esperar por uma crise. Afinal, viver de forma plena começa quando aprendemos a valorizar a própria vida.

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