Casal pensando com dúvida se o casamento esta no fim
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Como saber se o casamento está no fim?

Como saber se seu casamento casamento esta no fim? É muito importante identificar os sinais que indicam um problema. Estes podem incluir a falta de carinho, de intimidade, de admiração, de respeito e preocupação ou estarem atendos aos conflitos recorrentes, desânimo e o sentimento de que as expectativas estão desalinhadas.

Sinais de que o casamento pode acabar

Falta de comunicação indica casamento no fim?

Quando o casal não consegue conversar tranquilamente sobre as questões vivenciadas e os sentimentos, pode ser um sinal de que o relacionamento está bem prejudicado, ou quando as agressões são constantes, seja ativamente ou passivamente. O confronto direto durante a comunicação sinaliza que algo não está bom e geralmente gera uma reação em cadeia, se tornando um ciclo vicioso de tristeza, raiva e medo.

psicóloga Daniela Carneiro

Terapia de Casal Online e Presencial

Psicóloga com mais de 20 anos de experiência, especialista em relacionamento amoroso. Atendimento humanizado, ética e compromisso

Perda de intimidade

A intimidade acontece quando a gente consegue se conectar de verdade com o que sente e também com o que o outro sente. Mas essa conexão não significa que somos iguais, muito pelo contrário.
Na intimidade, a gente se dá conta de que o outro é diferente, pensa e sente de um jeito próprio. É esse encontro com a diferença que nos provoca, que mexe por dentro, que às vezes até nos incomoda, mas também nos faz crescer.

Perda do desejo sexual

A falta de desejo sexual, a indiferença ou aversão, ou a falta de apoio emocional e afetivo, são indicadores de distanciamento. 

Desinteresse e indiferença

O desinteresse e indiferença dentro da relação amorosa não são apenas estados emocionais superficiais, eles revelam algo profundo sobre a estrutura do desejo e a dinâmica do reconhecimento entre os sujeitos. Amar é querer ser amado pelo outro naquilo que se é. Ou seja, o amor toca diretamente o lugar do desejo de ser reconhecido. A indiferença amorosa, para Lacan, não é frieza verdadeira, mas uma forma de defesa contra o desejo, contra a falta e contra o outro que nos toca onde mais somos sensíveis.
É uma tentativa de não se deixar atravessar por aquilo que o amor exige: entrega, falta, linguagem, risco.

Brigas constantes

Brigas repetitivas, inclusive sobre assuntos aparentemente banais, costumam indicar que algo não foi escutado ou nomeado corretamente dentro da relação.
O problema não é o conteúdo da briga mas a estrutura de repetição que se instala. São sintomas de algo mais profundo: o fracasso na tentativa de simbolizar o mal-estar.

Por que isso acontece?

Falta de mediação simbólica


Os conflitos persistem quando os parceiros não encontram recursos simbólicos (linguagem, escuta, negociação) para transformar a tensão em construção.
Em vez disso, o casal se prende ao imaginário: a disputa de egos, a vingança disfarçada, o ciclo de acusação e defesa. Enfim, brigas constantes são um pedido não escutado, um desejo não reconhecido, uma dor que ainda não encontrou palavras.

Quando os conflitos se repetem sem resolução, o que está em crise não é apenas o casamento é a capacidade do casal de simbolizar o que os atravessa e sustenta o laço com o outro.

casal em forma de desenho e texto sobre mágoa
Mágoas e ressentimentos

Retorno do recalcado no laço amoroso


Quando algo importante é guardado ou engolido como uma mágoa, um desejo ignorado ou um ressentimento isso não desaparece. Em vez de sumir, volta disfarçado: muitas vezes na forma de brigas e conflitos.
O casal começa a discutir por coisas pequenas, mas, no fundo, está tentando expressar algo mais profundo e não resolvido. Essas discussões viram a forma que o relacionamento encontra para gritar o que não está sendo dito com clareza.

A dificuldade de lidar com a diferença


Para Lacan, o amor é atravessado por uma estrutura de falta, ou seja, o outro nunca vai nos completar totalmente.
Quando os parceiros não conseguem lidar com essa incompletude estrutural, eles entram em uma dinâmica de cobrança, exigência e frustração. Cada um tenta mudar o outro, em vez de escutá-lo.

Desilusão e falta de entusiasmo

Como a desilusão acontece?

A desilusão traz em si o significado, segundo Lacan: o outro nunca foi a resposta à nossa falta. Quando isso fica claro, o sujeito se depara com a sua própria incompletude, e isso pode doer mais do que a frustração amorosa em si. É neste momento quando o outro cai do pedestal e com o tempo, o outro real aparece, com suas falhas, limites e diferenças.
A desilusão se instala quando você percebe que o parceiro(a) não corresponde à imagem idealizada que você mesmo criou. Acaba sendo inevitável: o outro nunca é “aquele” que imaginamos.

E a falta de entusiasmo?

Para Lacan, o entusiasmo no amor está ligado ao desejo em movimento.
Quando esse desejo se estagna, o relacionamento entra em uma espécie de inércia simbólica. O laço persiste, mas sem intensidade, sem frescor. Isso pode ocorrer quando:

  • O desejo deixa de circular entre os dois;
  • A relação vira rotina pura, sem espaço para o inesperado;
  • Um ou ambos os parceiros se refugiam na repetição, evitando o risco de se reinventar no amor.

E quando há um colapso da fantasia no casamento?


O entusiasmo se alimenta do jogo entre o desejo e a fantasia. Quando a fantasia desmorona, o desejo perde seu chão simbólico.
O amor, que parecia vibrante, começa a se esvaziar. O que era encantamento vira desânimo. Não porque o outro mudou, mas porque a projeção já não funciona mais. Desilusão e falta de entusiasmo mostram que a fantasia que sustentava o desejo amoroso entrou em colapso.

E isso pode não ser o fim do amor, mas é o momento em que o amor pode deixar de ser uma projeção narcísica e, talvez, tornar-se mais real, mais ético, mais comprometido com o desejo do outro tal como ele é, e não como gostaríamos que fosse.

Ausência de respeito e consideração:

Conforme minhas observações nos casos de terapia de casal, a ausência de respeito e consideração em um relacionamento revela algo mais profundo do que apenas má educação ou descuido: denuncia uma falha estrutural no reconhecimento do Outro como sujeito. De acordo com meus estudos, Lacan fala que o amor verdadeiro envolve reconhecer o outro em sua alteridade, ou seja, reconhecer que alguém que é diferente de mim, com desejos próprios e uma existência que não me pertence.

Quando não há respeito, o que está em jogo?

  1. Apagamento do outro como sujeito de desejo:
    Desrespeitar ou desconsiderar alguém não é apenas tratar mal, é, simbolicamente, negar a existência subjetiva do outro.
    É como se o outro virasse objeto: algo que serve a mim, que me frustra, que me decepciona, mas não alguém com um mundo interno legítimo.
  2. Falha na simbolização do laço:
    Lacan afirma que o amor precisa passar pelo simbólico: pelo reconhecimento do outro na linguagem.
    Quando não há consideração, o laço amoroso escorrega para o registro do imaginário onde impera o conflito de egos, rivalidades e acusações. A comunicação vira ataque ou silêncio. O vínculo perde sustentação simbólica.
  3. Rebaixamento do amor ao gozo:
    Sem respeito, a relação pode se converter em um jogo de dominação ou humilhação.
    Nesse ponto, o amor já foi substituído pelo gozo ou seja termo lacaniano para aquilo que dá prazer mesmo quando machuca.
    Você até pode continuar na relação, mas como quem repete um circuito de dor que se disfarça de vínculo.

E a ausência de consideração no relacionamento?

A consideração envolve ver a outra pessoa, escutá-lo, levar sua existência em conta.
Na linguagem lacaniana, isso implica reconhecer o Outro como portador de um saber, de um desejo, de uma verdade que não me pertence.
A ausência disso pode indicar:

  • Incapacidade de sair do próprio narcisismo;
  • Relações pautadas em projeções, e não em encontros reais;
  • Tentativas de manter controle, evitando a imprevisibilidade que a presença do Outro traz.

A ausência de respeito e consideração é uma recusa em reconhecer o Outro como sujeito.

É como se o amor, nesse ponto, tivesse sido reduzido a uma relação funcional, utilitária, ou mesmo agressiva, onde o desejo não circula mais, e o laço já não se funda no reconhecimento, mas no controle, na exigência ou na indiferença.

Isolamento emocional

O isolamento emocional nem sempre começa com uma briga ou um afastamento visível.
Muitas vezes, ele se instala aos poucos, quando a troca de olhares diminui, os assuntos se tornam superficiais e as emoções deixam de ser divididas.
É quando cada um começa a viver sua vida “do lado de dentro”, sem incluir mais o outro nas alegrias, nas angústias ou nos pensamentos simples do dia.
A relação segue, mas parece vazia, porque o que sustentava a conexão real, que era a intimidade emocional, foi se perdendo no silêncio.

Mudança de valores e objetivos

Se os valores e objetivos de vida do casal se tornarem muito diferentes, e não houver interesse em encontrar pontos em comum, isso pode indicar uma incompatibilidade. 

Infidelidade no casamento

A infidelidade, para além do ato em si, é um corte no campo simbólico do casal.
Quando acontece e não é reconhecida ou enfrentada, ela sinaliza que algo essencial no laço já estava em crise: o desejo deixou de circular entre os dois, o pacto de confiança se rompeu e, muitas vezes, o diálogo foi substituído pelo silêncio ou pela indiferença.

Para Lacan, todo desejo é desejo do Outro, e a traição pode aparecer como uma tentativa (ainda que inconsciente) de reposicionar o sujeito diante do desejo que já não encontra espaço no casamento.
Não se trata apenas de buscar prazer fora, mas de tentar se reencontrar como desejante, já que dentro da relação esse lugar foi perdido ou sufocado.

Quando não há esforço para elaborar essa quebra, seja com escuta, responsabilização ou desejo real de reconstrução, o que permanece é o rastro daquilo que não foi simbolizado.
E o não dito, como sabemos, nunca desaparece: ele retorna em forma de ressentimento, afastamento ou novas feridas.

Abuso no casamento

O abuso, em qualquer forma, físico, emocional ou verbal, rompe radicalmente o campo do amor e do desejo.
Uma relação só se sustenta quando o outro é reconhecido como sujeito, não como objeto a ser controlado, silenciado ou destruído.
Quando há abuso, esse reconhecimento desaparece. O parceiro deixa de ser alguém com quem se compartilha a vida e passa a ser tratado como extensão de uma dor, de uma raiva ou de um gozo que se impõe violentamente.

Em situações assim, não há espaço para elaboração simbólica, nem para crescimento conjunto. Há medo, retraimento e destruição subjetiva.
O laço amoroso já foi substituído por uma dinâmica de dominação e sofrimento.
Por isso, nesses casos, não se trata de “reconstruir” o casamento, mas de colocar um ponto final com segurança e buscar ajuda profissional.
Romper esse ciclo não é fracasso: é um ato de cuidado com a própria integridade.

Quais são os primeiros sinais de crise no casamento?

Os primeiros sinais de crise no casamento surgem quando os pares começam a perceber um afastamento progressivo. As conversas são banais, não se olham nos olhos, o comportamento fica irritadiço ou evitativo, parece que o casal está desconectado e falta uma intimidade natural.

Posso dizer que quando a crise se instala, geralmente os conflitos só aumentam. Nada que você fala é recebido de forma acolhedora, se estranham por qualquer coisa pequena. Não conseguem discordar sem brigar e há um sentimento de desconfiança. O que instiga a maioria dos casais em crise é a sensação de medo, raiva e ciúmes. O que pode levar muitas vezes a pensar em separação ou vingança.

As crises podem surgir de uma infinidade de motivos, desde os mais simples até os mais graves. Na maioria das vezes essas crises se acumulam quando o casal tem dificuldade de se comunicar, a tensão aumenta e ambos desenvolvem um tipo de comportamento defensivo. O sofrimento de um casal em crise é sinal de dúvida, rancor, mágoas de dores não curadas.

Se pensarmos em alguns exemplos: A esposa que começa a cobrar o marido, acaba o sufocando-o com tantas demandas, isso pode ser manifestação de seu descontentamento com a relação e dificuldade de encontrar o verdadeiro motivo de sua angústia. Ela se sente cansada de ficar falando a mesma coisa e não se escutada.

O marido recebe toda aquela carga de cobrança e julga que sua esposa nunca está satisfeita, sempre implicando com ele e tentando controlar tudo. Lembrando que ao contrário também é válido, há esposos que reclamam muito também e as esposas se sentem sobrecarregadas de cobranças.

A questão que eu quis apresentar nestes exemplos é por mais que cada um se esforce em dar o melhor de si mesmo, sempre terá algo que não será o suficiente. O casal sem limites engolem um ao outro na convivência, isso afeta demais! O que é preciso pensar nestes momentos de falta, infelicidade, julgamentos e agressividade?

Vamos tentar entender quais são os pontos de enfrentamento que o casal precisa estar dispostos a lidar de um jeito mais leve?

Primeiros passos em rumo a aproximação do casal

Avalie com muita calma suas queixas, são resultado que qual parte sua que está infeliz? Sua parte que quer carinho? Sua parte que quer escuta? Sua parte que quer se vista? Sua parte que quer proteção? Sua parte que quer ser compreendida? Sua parte que quer ser perdoada? Sua parte que quer o reconhecimento?

Quando o relacionamento começa a piorar?

Em um relacionamento, os dois precisam dividir mais do que responsabilidades.
Tempo, atenção, carinho, escuta, dinheiro e interesse são formas de cuidado que mantêm a conexão entre o casal.
No início, essas trocas costumam acontecer com mais naturalidade. As pessoas se mostram disponíveis, se escutam mais, fazem questão de estar presentes.

Com o tempo, principalmente quando o vínculo entra na rotina ou passa por frustrações, essa troca pode se desequilibrar.
Um começa a se doar menos e outro sente que está ficando de lado.
E surgem queixas que revelam isso:

  • “Você não tem mais tempo pra mim.”
  • “Você fala com todo mundo, menos comigo.”
  • “Você sai cedo, chega tarde, e nem me dá bom dia.”
  • “Sempre tem energia pra outras coisas, mas nunca pra nós dois.”
  • “Você não me inclui mais nas suas decisões.”
  • “Parece que o relacionamento ficou em segundo plano.”

Essas falas não são só reclamações. Elas mostram que algo mudou que o espaço antes ocupado pelo parceiro pode estar sendo tomado por outras prioridades.

Quando isso acontece, é importante olhar com honestidade para a relação.
Perguntar se ainda há espaço de escuta, de presença, de cuidado.
E entender que, mais do que gestos grandes, o que sustenta um relacionamento é o esforço contínuo de estar presente e disponível um para o outro.

Quando a conversa do casal diminui

Quando o amor é novo, a maioria dos casais demonstra profundo interesse pelos pensamentos, sentimentos e necessidades um do outro. As tentativas de comunicação são recebidas com foco, presença e paciência. Cada nova ideia é recebida com curiosidade e interesse constante.

À medida que os parceiros íntimos perdem o interesse um pelo outro ou se tornam muito capazes de prever respostas e explicações, muitas vezes recorrem a respostas que limitam a tentativa de prolongar a interação. A limitação é um tipo de resistência, consciente ou inconsciente , que efetivamente impede o outro parceiro de continuar se esforçando para se conectar.

Agora pense em como você se sentiria ao tentar compartilhar algo com seu parceiro e receber uma dessas respostas frias, críticas ou indiferentes.
Isso faria você querer continuar falando sobre o que sente ou pensa? Ou te deixaria com a sensação de que não vale a pena tentar de novo?

  • “Essa é uma ideia realmente estúpida.”
  • “Você está sempre reclamando do comportamento da sua mãe. O que você está fazendo para ela agir assim?”
  • “Você está fazendo tempestade em copo d’água.”
  • “Por que você deixa essas coisas te incomodarem? Simplesmente deixe para lá.”
  • “Já ouvi você reclamar dessas coisas várias vezes. Seja realista sobre o que esperar.”
  • “Você fez o quê?”
  • “Essa conversa é muito chata.”
  • “Acho que você está reativo demais. Dá um tempo para o outro cara.”
  • “Deixe-me dizer como você deveria ter lidado com isso.”
  • “Se você aprendesse a ouvir, talvez as pessoas se abrissem mais com você.”

Os parceiros se tornam mais reativos negativamente

Paixão e entusiasmo são características maravilhosas e normalmente fortalecem um relacionamento. Elas decorrem do amor, do interesse e da participação de uma pessoa nas coisas da vida que a mantêm viva e animada.

Algumas pessoas demonstram um padrão de resposta que pode ser bastante destrutivo nas relações. Elas reagem de forma ríspida, impaciente ou fria, mesmo quando o parceiro se aproxima com algo simples ou importante para dizer.
Esse tipo de comportamento, conhecido como reatividade negativa, transmite uma mensagem clara: “não quero falar com você agora” ou até “sua presença me incomoda”.
Isso gera insegurança em quem tenta se aproximar, que passa a evitar contato para não ser rejeitado ou maltratado.

Pessoas com uma comunicação saudável avisam quando não estão disponíveis e explicam quando poderão conversar com mais calma.
Também se preocupam em entender o que o outro está precisando naquele momento.
Sem esse tipo de clareza e cuidado, o parceiro acaba tendo que “adivinhar” o momento certo para se aproximar e, muitas vezes, se frustra ao encontrar frieza ou indiferença.

Estes são comentários típicos que devem ser considerados como sinais de alerta:

  • “Por que você sempre escolhe a hora errada para falar comigo?”
  • “Não posso ouvir suas besteiras agora.”
  • “O que te faz pensar que você pode me incomodar quando for conveniente para você?”
  • “Venha falar comigo quando tiver algo importante a dizer.”
  • “Você sabe que eu não posso conversar quando estou no meio de alguma reunião.”
  • “Você é tão carente. Não pode conversar com outra pessoa sobre isso para variar?”
  • “Você está desgastando nosso relacionamento com suas exigências constantes. Eu disse que não quero falar sobre isso agora.”

Quando um dos parceiros é reservado

Transparência, autenticidade e honestidade são pilares dos relacionamentos saudáveis.
São atitudes que fortalecem a confiança e criam um ambiente em que os parceiros se sentem à vontade para serem quem são, falarem o que pensam e saberem com quem estão lidando de verdade.

Guardar segredo é o contrário de ser transparente. Quando você tem privacidade, você escolhe o que quer manter só para você, como seus pensamentos. Já o segredo é esconder de propósito alguma coisa, quase sempre para se dar bem ou evitar problemas. Isso acaba com a confiança, porque a outra pessoa sente que você está deixando ela de fora de algo importante.

Quando isso acontece, começam a surgir comportamentos confusos: o parceiro diz uma coisa, mas age de forma totalmente diferente.
E quando é questionado, responde com irritação, se esquiva ou dá explicações que não fazem sentido.
Isso aumenta a insegurança de quem está do outro lado, que passa a duvidar do que vê, do que ouve e até do que sente.

Em alguns casos, isso aparece de forma mais sutil, como no comportamento passivo agressivo: a pessoa promete, mas não cumpre; se compromete, mas depois desaparece ou evita conversar.
Esse tipo de atitude também gera desconfiança e, com o tempo, pode abalar seriamente o vínculo entre os dois.
Quando não há respostas claras, as inseguranças crescem. E onde há muita dúvida, o amor começa a perder sua força.

Os parceiros que sentem que estão sendo excluídos da “verdade” frequentemente expressam este tipo de frases:

  • “Você está voltando do escritório cada vez mais tarde. Aconteceu alguma coisa?”
  • “Costumávamos ficar deitados na cama conversando de manhã. Agora você acorda, toma banho e sai antes mesmo de eu acordar? Porque mudou?
  • “Você vai sair para jantar com suas amigas de novo? Semana passada você só chegou em casa às onze e estava cambaleando. Alguém te trouxe para casa?”
  • “Houve vários saques em dinheiro da nossa conta bancária no mês passado. Para que você os utilizou?”
  • “Seu melhor amigo ligou aqui ontem à noite procurando por você. Você me disse que tinha ido jantar com ele. Onde você estava?”
  • “Alguém está te mandando mensagem no meio da noite? Quando pego seu celular, você o tira da minha mão e diz que é só uma ligação incômoda. Três vezes esta semana? Quem é?”
  • “Você mudou a senha do seu iPad sem me avisar. Isso nunca aconteceu antes. Você está escondendo alguma coisa?”

O casamento parece estagnado

Muitas pessoas descrevem um momento do relacionamento em que tudo parece ter parado: não há mais conversa empolgante, surpresas, trocas afetivas estimulantes. Os dias passam e a relação entra em modo automático.
Esse sentimento de estagnação não é raro e, pode estar ligado a algo essencial: o desejo que precisa de movimento.

Lacan afirma que o desejo humano não se satisfaz com aquilo que já é conhecido ou garantido. O desejo se alimenta da falta, do enigma, daquilo que ainda não foi totalmente decifrado no outro.
Nos primeiros meses de um relacionamento, isso acontece com naturalidade: há curiosidade, novidade, descoberta. O outro ainda nos causa surpresa.
Mas com o tempo, se o casal para de buscar experiências novas juntos ou de se reinventar no modo de se relacionar, o desejo começa a se esvaziar.

Quando não há mais espaço para descoberta, o sujeito pode sentir que o relacionamento se transformou numa espécie de “zona de manutenção”: um lugar confortável, mas sem estímulo. É como se a relação servisse apenas para recarregar energia, enquanto a parte mais viva de cada um fosse expressa fora da parceria no trabalho, nas amizades, nos interesses individuais.

Esse esvaziamento não acontece de um dia para o outro. Geralmente, o parceiro entediado tenta sinalizar:
– “Vamos fazer algo novo juntos?”
– “Sinto que estamos sempre na mesma rotina.”
– “Queria me sentir mais próximo de você.”

Se essas tentativas são ignoradas ou adiadas, o desejo começa a buscar outra forma de se mover e, às vezes, esse movimento acontece fora da relação.
Não necessariamente por traição, mas por uma tentativa de reencontrar vitalidade, entusiasmo, sentido.

A chave não está em voltar à paixão do início, mas em reconhecer que o desejo é vivo e que precisa ser constantemente relançado. Isso exige que o casal não se veja como um “projeto finalizado”, mas como algo em construção, em diálogo, em transformação

  • “Querida, nós nunca mais fazemos nada realmente divertido.”
  • “Você parece tão introspectiva ultimamente. Você quase não compartilha sua vida comigo como antes. O que está acontecendo com você?”
  • Parece que nossa vida sexual é tão rotineira e mecânica. Você se sente da mesma forma? Quer algo diferente?
  • “Já te pedi tantas vezes para não termos a mesma conversa toda vez que saímos para jantar. Precisamos ser mais estimulantes um com o outro, não acha?”
  • “Podemos, por favor, reservar um tempo e planejar umas férias de verdade, só nós dois? Estamos realmente numa rotina, e estou preocupada.”
  • “Detesto dizer isso, querido, mas estou realmente entediado com o nosso relacionamento. Não estou culpando nenhum de nós, mas preciso mesmo de algo diferente para almejar. A mesma coisa de sempre não me serve mais.”
  • “Você com certeza é o sucesso da festa quando saímos com outras pessoas. Ninguém ia querer namorar o cara com quem eu moro.”

A resolução bem sucedida de conflitos

A resolução bem-sucedida de conflitos é um dos pilares de um relacionamento de qualidade. Parceiros que sabem identificar e lidar voluntariamente com diferenças e problemas, sem pré-julgamentos ou suposições, aprendem com seus desentendimentos.

Casais que agem assim acabam entrando em discussões como todos os outros, mas não repetem as mesmas discussões indefinidamente. Em vez disso, conversam quando ambos se acalmam. Como uma grande equipe esportiva ou profissional, eles repassam o ocorrido, discutem a responsabilidade de cada um pelo que deu errado, descobrem como podem melhorar na próxima vez e prometem um ao outro que farão o possível para cumprir o combinado.

É assim que as pessoas falam quando suas interações negativas se tornam mais repetitivas:

“Cansei de tentar resolver qualquer coisa com você. A gente vive repetindo as mesmas brigas e nada muda.”

“Você vai fazer aquele drama de novo só pra eu acabar parecendo o culpado? Por que não fala logo que não gosta mais de mim?”

“Parece que você quer que eu aceite toda a culpa só pra encerrar a briga. Mas dessa vez, não vou cair nessa.”

“A gente já passou por isso mil vezes. Você sempre ameaça ir embora quando não consegue o que quer. Então vai logo e para de enrolar.”

“Nem sei por que tento conversar. Você nunca ouve e sempre acha que está certo.”

“Não entra aqui já reclamando. Tô cansada de você me criticar sem nem saber o que tá acontecendo comigo.”

Quando os conflitos não são resolvidos com sucesso, eles resultam em ressentimento, martírio ou retraimento, e continuam a se agravar. Cada vez que o mesmo problema surge novamente, essas interações negativas se acumulam ao longo do tempo. Os relacionamentos melhoram quando a porcentagem de discussões improdutivas diminuem e pioram quando ela aumenta.

Você parou de tocar seu marido ou esposa?

Nem todas as pessoas querem a mesma quantidade de contato físico, seja por meio de afeto, interação sexual ou simplesmente pela proximidade. A maioria dos casais, com o tempo, encontra um equilíbrio entre as necessidades um do outro e tenta resolver as diferenças.

Se, com o tempo, esses acordos começarem a mudar significativamente, o parceiro que sente essa mudança tem maior probabilidade de expressar sua angústia. Se o outro parceiro estiver preocupado com estresse , doença ou crise, ele ou ela pode expressar esses motivos legítimos e o casal pode resolver a situação até que o relacionamento físico normal seja restaurado. Mas se essa mudança representar um afastamento gradual em uma direção, o relacionamento pode estar em crise.

Estas são as expressões típicas de alguém que não tem tato:

  • “Querida, o que houve? Você se afasta toda vez que eu me aproximo. Está com raiva de mim?”
  • “Por favor, me diga se você não se sente mais atraído por mim. É muito difícil ver você se revirando na cama sem os abraços que costumávamos ter.”
  • “Quando peço um abraço, você parece me dar um abraço rápido e superficial. Será que estou pedindo demais?”
  • “Você está com um probleminha para ficar excitado. Tem algum problema que precise me contar?”
  • “Ei. Se você não está interessado em mim, quem está na foto?”
  • Estou começando a me sentir carente perto de você, como se houvesse algo errado comigo. Sinto falta do toque, mas você parece não sentir. Por favor, por favor, me diga se há algum motivo para você estar tão distante?
  • “Tá bom, gata. Nada de sexo, exceto nos fins de semana, agora? Que diabos está acontecendo?”

Há muitas maneiras pelas quais os casais podem perceber a escuridão se aproximando com antecedência suficiente para reverter esses comportamentos antes que destruam a esperança e a fé no relacionamento. A questão é que os casais os identifiquem e conversem sobre eles antes que percam a motivação para curá-los.

Se, em vez disso, houver sabotagem, promessas quebradas, suposições sem fundamento, ocultação, traição, abuso emocional , retaliação, sabotagem ou ilusões evasivas, esse casal pode se ver muito envolvido no processo de destruição para sair.

Muitas vezes, esses sinais de alerta destrutivos não são levados em conta. Mesmo assim, se um casal ainda se ama e quer ficar junto, mesmo o mais sério dos dois não destruirá o relacionamento. Se houver energia e desejo suficientes, mesmo um relacionamento que esteja em apuros pode prosperar novamente.

A psicologia tem contribuído muito para o entendimento da dinâmica familiar. Casais buscam ajuda de psicólogos para refletirem juntos as possibilidades de ajustes na relação. Com minha experiência de mais de 20 anos atendendo em terapia de casal percebo muitos benefícios.

Agende sua consulta e dê o primeiro passo para um novo capítulo em seu relacionamento. Estou aqui para ajudar você a passar por essa fase e encontrar o caminho para a cura e a reconstrução.

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